Novas tecnologias podem tanto ajudar no relacionamento como gerar conflitos entre casais

Até que ponto a tecnologia aproxima ou afasta os casais? O surgimento das novas tecnologias, como os smartphones, tablets, notebooks e as mídias sociais revolucionaram o mundo da comunicação e, consequentemente, as relações sociais e conjugais.

Uma pesquisa americana publicada recentemente, que avaliou como casais americanos utilizavam a tecnologia digital e gerenciavam a vida e a intimidade emocional, demonstrou que essa tecnologia pode aproximar mais os casais por intermédio de mensagens trocadas online ou mensagens de texto. Mas, ao mesmo tempo, também pode ser uma fonte importante de conflitos devido ao tempo em excesso despendido em detrimento ao convívio familiar.

A pesquisa  sobre hábitos de uso na internet, realizada pelo Centro Pew, ouviu 2.252 americanos no ano passado e apontou que 21% dos adultos casados ou em relacionamentos sérios disseram se sentir mais próximos do cônjuge ou companheiro graças às mensagens trocadas online ou por SMS.

Por outro lado, a mesma pesquisa apontou que 25% dos donos de celulares casados ou em relacionamentos sérios atestaram que seu cônjuge ou companheiro se distraía com o aparelho quando os dois estavam juntos e 8% disseram ter discutido com o cônjuge ou companheiro sobre o tempo passado online.

As tendências parecem mais fortes entre os adultos mais jovens. Segundo a pesquisa, 41% das pessoas de 18 a 29 anos com celulares e em relacionamentos sérios afirmaram se sentir mais próximos do companheiro graças a conversas online ou mensagens de texto, mas 42% nesta faixa etária disseram que seu companheiro se distraía com o aparelho celular.

Primeiramente, é preciso identificar se o problema está na tecnologia ou na relação conjugal propriamente. Muitas vezes, a queixa relacionada ao uso excessivo desses meios de comunicação é apenas um sintoma de que a relação não está bem. Limites dentro da relação conjugal são definidos pelos cônjuges e são necessários quando ocorrem conflitos.

No caso da utilização das novas tecnologias, se existe um excesso que comprometa a atenção ao cônjuge ou à família, deve-se avaliar qual o tempo ideal, isso é negociável e variável de acordo com cada casal.

Até mesmo os casos de pessoas que buscam o sexo virtual e que têm sua conduta considerada traição podem ser resolvidos com diálogos e recontratos. Traição é quando ocorre o rompimento ou violação da presunção do contrato conjugal que produzirá conflitos morais e psicológicos no relacionamento. Então, nesse caso a primeira pergunta para se esclarecer é: o sexo virtual foi discutido nesse contrato conjugal? Se foi permitido, não é traição.

Cláusulas contratuais conjugais claras evitam conflitos e traições. A busca por sites de sexo pode ser uma forma de alimentar uma fantasia dentro da própria relação conjugal e isso pode ser benéfico à sexualidade do casal. Como também pode ser uma forma de compensar uma deficiência ou um conflito não resolvido dentro da relação.

E quem usa mais a tecnologia, o homem ou a mulher? Um levantamento da Associação Brasileira de Telecomunicações (Telebrasil) registrou no ano passado 133,7 milhões de acessos à internet em banda larga, um crescimento de 55% em comparação com 2012.

Estudo realizado baseado na PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que, na análise por sexo, o percentual de acesso à internet era maior entre as mulheres, nos grupos etários até os 39 anos. Dos 40 aos 49 anos de idade, o percentual de internautas era igual para ambos os sexos e a partir dos 50 anos, era maior para os homens.

A tecnologia tem possibilitado o conhecimento e aproximação das pessoas. Quando acontece isso com pessoas que vivenciam uma relação estável, dois questionamentos são importantes: como está essa relação atual e o que mobiliza esse indivíduo a buscar novas relações?

Se a relação é construída com confiança, clareza, afeto, sinceridade e boa comunicação, o meio externo não será ameaçador. Quando ocorre uma insegurança por algum fato dessa natureza, tem que rever esse contexto relacional e pessoal.

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